A Polícia Federal concluiu, por meio de um laudo pericial assinado no dia 1º de abril de 2025, que não há indícios de manipulação, edição ou trucagem nos arquivos de áudio que integram o Inquérito Policial nº 2024.0116496-SR/PF/SE. Os arquivos haviam sido encaminhados pela Justiça Eleitoral no âmbito da Ação de Investigação Judicial Eleitoral nº 0600386-15.2024.6.25.0008, que tramita na 8ª Zona Eleitoral de Gararu/SE.
Assinado pelo perito criminal federal Rodrigo Gurgel Fernandes Távora, o laudo técnico analisou três gravações — identificadas como “Nova Gravação 20”, “Nova Gravação 21” e “Nova Gravação 48” — e concluiu que os sinais acústicos “não apresentam elementos indicativos de adulterações ou edições posteriores”.
Gravações feitas em iPhone
De acordo com a análise, os três arquivos têm características compatíveis com o aplicativo Voice Memos, presente em aparelhos da Apple. Os metadados apontam que todos os áudios foram criados com a versão 17.5.1 do iOS, e apresentam s idênticas de codificação.
O relatório também destaca que os arquivos mantêm coerência de tempo entre os metadados e a duração efetiva das gravações, o que reforça a autenticidade do material. Não foram detectadas falhas como perda de quadros, duplicações automáticas ou sinais de dupla compressão, que geralmente indicam edições posteriores.
Análises detalhadas
O laudo utilizou uma série de metodologias de autenticação iva, incluindo:
Análise perceptual de fala (entonação, ritmo e coarticulação);
Estabilidade de ruído de fundo;
Verificação de duplicações e de supressão de trechos;
Análise espectral e de fase de sinais em banda estreita;
Avaliação de níveis de quantização e variações de nível DC.
Uma das gravações, “Nova Gravação 21”, obteve grau +2 na escala qualitativa de verossimilhança adotada no laudo, indicando que as evidências “fortalecem moderadamente a hipótese de que o registro é autêntico”. As outras duas obtiveram nota +1, significando um fortalecimento leve da autenticidade.
Os áudios são peças centrais na investigação eleitoral em curso, e a confirmação da sua integridade pode ter implicações importantes no andamento da ação e nas estratégias das partes envolvidas.
A defesa de investigados já havia alegado a possibilidade de manipulação das provas, hipótese agora enfraquecida pela conclusão da perícia.
Apesar do resultado positivo para a autenticidade, o laudo ressalta que a análise foi realizada sem o aos equipamentos originais de gravação, o que limitou parte dos exames técnicos.
A Polícia Federal não encontrou indícios de edição nos áudios analisados e afirma que há compatibilidade técnica entre os arquivos, sugerindo que foram produzidos por um mesmo equipamento e aplicativo. As análises realizadas conferem mais robustez às provas apresentadas no processo eleitoral.
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